domingo, 22 de março de 2009

A GRANDE DEUSA MÃE

Sendo a Trindade Suprema constituída por três pessoas, uma delas deveria ser necessariamente a “mãe”, uma vez que as outras duas são o Pai e o Filho.
No cristianismo gnóstico primitivo, a terceira pessoa (o Espírito Santo) era identificada como Sofia (ou sabedoria ativa), uma representação feminina.
Com a exclusão do princípio feminino da Trindade, o cristianismo se tornou uma das poucas religiões que negligenciaram o aspecto feminino da Divindade, embora o culto a Maria tenha sido introduzido apressadamente no início da idade média, porque a falta deste princípio estava levando muitos dos fiéis a retornarem aos cultos “pagãos” de Ísis, Hathor, Demeter, Ceres, Freya, Athena, Afrodite, Cibele, Ártemis, Epona, Kwan Yin, Kali, Saraswati, Lakskmi e Parvati.
O arquétipo da Grande Mãe Universal, geradora e sustentadora da vida e consoladora dos aflitos está profundamente arraigado no inconsciente coletivo da humanidade.
Esse arquétipo pode ser substituído na forma superficial por outra imagem simbólica, como ocorreu na substituição do culto de Ísis pelo culto de Maria, mas, em essência, trata-se do mesmo princípio da maternidade universal, a grande-mãe levada a seu nível mais arquetípico e universalizado.
Por trás da estonteante profusão de deusas das religiões pré cristãs, pode-se perceber a presença do mesmo arquétipo: a deusa-mãe, que produz e sustenta as formas de vida. A deusa consoladora e nutriz a quem os fiéis dirigiam suas preces e oferendas nos momentos de aflição e sofrimento.
Em escala cósmica, Maria (ou a Grande mãe) é o grande mar, o útero cósmico de onde nasce o universo. Não é por acaso que as palavras mar e maria, assim como mater e matéria têm a mesma origem.

Shanti,
Andreia Sttoppa

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